Ansiedade e evitação: um ciclo que te prende

Karla Milena Bornelli

6/11/20252 min read

A ansiedade faz parte da experiência humana. Todos nós, em algum momento da vida, já sentimos o coração acelerar, a respiração ficar mais curta, a mente inquieta. Mas, quando a ansiedade se torna frequente e começa a influenciar nossas decisões, ela pode acabar nos prendendo em um ciclo de evitação.

Esse ciclo é silencioso, mas muito comum: você sente ansiedade diante de uma situação difícil ou desafiadora, então decide evitá-la. No início, parece um alívio. Mas, ao longo do tempo, essa evitação reforça a ideia de que aquela situação é, de fato, ameaçadora — o que alimenta ainda mais a ansiedade.

O ciclo ansiedade-evitação

Funciona assim:

  1. Uma situação provoca ansiedade (ex: falar em público, dar uma opinião, sair sozinha, fazer uma escolha importante).

  2. Para aliviar esse desconforto, você evita a situação.

  3. Ao evitar, você sente alívio temporário — mas esse alívio reforça a ideia de que "você não consegue lidar".

  4. Com o tempo, essa estratégia enfraquece sua autoconfiança, a vida fica mais limitada.

  5. A ansiedade se mantém, ou até aumenta, e o ciclo se repete.

O resultado?
A ansiedade não some — muitas vezes, ela até cresce. E o ciclo se repete

Esse é o ponto-chave: evitar pode aliviar por um momento, mas custa caro a longo prazo.

O que a ACT nos ensina sobre isso?

Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), aprendemos que lutar contra a ansiedade pode ser mais desgastante do que acolhê-la. Em vez de tentar eliminar pensamentos ou sensações desconfortáveis, a ACT convida à aceitação — não como resignação, mas como abertura para experienciar o que é humano.

A proposta não é ignorar a ansiedade, mas aprender a se relacionar com ela de forma diferente. Com menos luta, mais presença. Com menos fuga, mais alinhamento com seus valores.

Uma pergunta-chave para o dia a dia

Ao perceber que está evitando algo por causa da ansiedade, pergunte-se:
“Essa evitação me aproxima ou me afasta dos meus valores?”

Essa pergunta ajuda a trazer clareza e intenção. Às vezes, fazer o que importa significa enfrentar o desconforto — com gentileza, sem pressa, mas com direção.

Com apoio, um novo caminho é possível

Se você sente que está presa nesse ciclo entre ansiedade e evitação, saiba: não precisa enfrentar isso sozinha.

A psicoterapia pode te ajudar a desenvolver ferramentas para acolher a ansiedade sem que ela defina suas escolhas. Com o tempo, é possível construir uma vida com mais liberdade, coerência e presença — mesmo diante do desconforto.

Vamos juntas romper esse ciclo?

Karla Milena Bornelli
Psicóloga Clínica | CRP 08/45303
@psico.karlamilena
WhatsApp: (44) 9 9132-0337