Eu tenho um transtorno alimentar?
Karla Milena Bornelli
7/18/20252 min read
Essa é uma pergunta que muitas pessoas fazem — frequentemente em silêncio, carregando dúvidas, angústias e, por vezes, culpa. E essa pergunta merece ser recebida com acolhimento, não com julgamento.
Quando falamos em transtornos alimentares, é comum que as pessoas pensem apenas em questões relacionadas à vaidade ou ao peso corporal. No entanto, transtornos alimentares vão muito além da aparência física. Eles envolvem sofrimento psíquico real, comportamentos alimentares desregulados e uma relação difícil e dolorosa com o corpo, a comida e as emoções.
O que são transtornos alimentares?
Transtornos alimentares são condições de saúde mental que afetam diretamente a forma como uma pessoa se relaciona com a alimentação, com o corpo e com a própria imagem. São marcados por padrões persistentes de comportamento alimentar desordenado, acompanhados de sofrimento psicológico significativo e, muitas vezes, prejuízos sociais, físicos e emocionais.
Eles podem se manifestar de diversas formas, desde a restrição severa da ingestão de alimentos até episódios de compulsão seguidos de culpa ou compensações, como vômitos induzidos ou uso abusivo de laxantes.
Sinais de alerta
É importante observar alguns comportamentos que podem servir como sinais de alerta para a presença de um transtorno alimentar. Entre os principais:
🍽️ Padrões alimentares extremos
Como dietas extremamente restritivas, jejuns prolongados ou episódios frequentes de compulsão alimentar — comer em excesso de forma descontrolada, seguidos de restrição severa ou culpa intensa.
🪞 Preocupação excessiva com o peso e imagem corporal
Críticas constantes ao corpo, busca incessante por magreza, comparações frequentes com padrões irreais e insatisfação corporal recorrente.
😞 Culpa, vergonha ou ansiedade após se alimentar
Sentimentos de angústia após comer, mesmo pequenas quantidades de alimentos. O ato de comer, que deveria ser uma necessidade básica, passa a ser motivo de sofrimento.
🚫 Evitar situações sociais por causa da alimentação
Rejeição de convites para sair, viajar, ir a eventos ou comer com outras pessoas por medo de “perder o controle” ou sentir-se exposta.
🔁 Autoimagem distorcida
Percepção irreal sobre o próprio corpo — sentir-se maior ou mais “fora do padrão” do que realmente é. Mesmo com mudanças físicas, a autocrítica permanece intensa.
Não é frescura, não é falta de força de vontade
Esses comportamentos não são exagero, não são "mimimi" e definitivamente não são uma escolha consciente. Transtornos alimentares não são uma questão de força de vontade. São questões de saúde mental — e merecem atenção, escuta qualificada e tratamento especializado.
Ignorar os sinais ou tentar lidar com isso sozinha pode intensificar o sofrimento e perpetuar padrões destrutivos.
Buscar ajuda é um ato de coragem
Se você se identificou com alguns desses sinais, ou se sente que sua relação com a comida está impactando negativamente sua saúde emocional ou física, saiba: você não está sozinha.
Procurar apoio psicológico pode ser um passo transformador no processo de cura e reconciliação com o próprio corpo. A psicoterapia oferece um espaço seguro para entender esses comportamentos, acolher suas dores e construir uma nova forma de se relacionar com a comida, o corpo e as emoções.
Compartilhe com quem pode precisar dessa informação. Falar sobre transtornos alimentares é necessário. E mais do que isso: é possível viver em paz com seu corpo e com a comida.
Karla Milena Bornelli
Psicóloga Clínica | CRP 08/45303
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Karla Milena de Oliveira Silva Bornelli
Psicóloga - CRP 08/45303