Pensamento catastrófico ou preocupação realista? Como diferenciar e cuidar da sua saúde emocional
Karla Milena Bornelli
4/1/20252 min read
A forma como interpretamos os acontecimentos ao nosso redor influencia diretamente nosso bem-estar emocional. Em meio aos desafios da vida cotidiana, é comum surgirem preocupações — algumas com fundamentos reais, outras impulsionadas por distorções cognitivas. Uma das mais frequentes é o pensamento catastrófico, que pode nos levar a uma percepção distorcida e sofrida da realidade.
Neste artigo, vamos entender o que caracteriza esse tipo de pensamento, como diferenciá-lo de uma preocupação realista e de que forma a terapia pode ajudar a promover equilíbrio emocional e clareza nos julgamentos.
O que é pensamento catastrófico?
O pensamento catastrófico é uma distorção cognitiva caracterizada pela tendência de imaginar o pior cenário possível em relação a uma situação, mesmo sem evidências concretas para isso. Trata-se de uma ampliação desproporcional de uma preocupação legítima, que acaba se transformando em algo extremo, gerando sofrimento excessivo.
Esse padrão de pensamento pode se manifestar de diferentes formas, como:
Sentir-se constantemente ansioso com situações futuras, mesmo sem motivo aparente;
Interpretar situações incertas como ameaçadoras;
Ter dificuldade de lidar com a incerteza sem imaginar finais negativos;
Sentir-se impotente ou fora de controle sobre o que está por vir;
Imaginar o pior cenário até em situações simples do dia a dia;
Focar apenas em aspectos negativos e ignorar as evidências positivas;
Supervalorizar a possibilidade de algo dar errado;
Acreditar que pequenos erros podem gerar grandes consequências.
Preocupação realista: o contraponto saudável
Diferente do pensamento catastrófico, a preocupação realista é baseada em riscos concretos e proporcionais à realidade vivenciada. Ou seja, ela parte de elementos objetivos e busca soluções práticas para o problema, sem gerar sofrimento desnecessário.
Uma preocupação realista:
Está fundamentada em fatos observáveis;
Considera tanto os riscos quanto os recursos disponíveis;
Proporcionaliza os impactos da situação;
Permite uma tomada de decisão mais equilibrada e racional;
Não paralisa a ação — ela impulsiona o planejamento e a resolução.
Por que é importante fazer essa distinção?
Saber diferenciar um pensamento catastrófico de uma preocupação realista é essencial para preservar o equilíbrio emocional e evitar o desgaste psicológico causado por uma leitura distorcida dos acontecimentos.
Pensamentos catastróficos recorrentes podem alimentar quadros de ansiedade, estresse crônico, comportamentos de evitação e, em casos mais graves, comprometer a qualidade de vida. Por isso, é fundamental reconhecer esses padrões, questioná-los e buscar alternativas mais saudáveis de pensamento.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes no tratamento de pensamentos disfuncionais, incluindo os pensamentos catastróficos. Por meio de técnicas específicas, a TCC ajuda o paciente a:
Identificar pensamentos automáticos distorcidos;
Avaliar a veracidade e utilidade desses pensamentos;
Desenvolver formas mais realistas e funcionais de pensar;
Aprender estratégias de enfrentamento mais saudáveis;
Melhorar a regulação emocional e o bem-estar geral.
Acompanhamento psicológico não é apenas indicado quando a situação se torna insustentável — ele pode (e deve) ser um caminho preventivo para o cuidado com a saúde mental.
Reconhecer é o primeiro passo
Se você identificou em si mesmo alguns dos sinais de pensamento catastrófico, saiba que isso não é fraqueza ou exagero, mas sim um reflexo de como seu cérebro está processando informações. A boa notícia é que esse padrão pode ser transformado com acolhimento e ajuda profissional.
Karla Milena Bornelli
Psicóloga Clínica | CRP 08/45303
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Karla Milena de Oliveira Silva Bornelli
Psicóloga - CRP 08/45303